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Exposição Helena Black

Abertura 3 de Fevereiro  | Patente até ao final do mês

 

Às 00:45 horas do ano de 1942 em Sá da Bandeira, Lubango - Angola deixei o meu mundo tranquilo e translúcido e dei a minha primeira golfada de ar. Deram-me o nome de Maria Helena de Sousa Black. Mãe, pai, um irmão mais velho, companheiro de aventuras e uma irmã mais nova, faziam parte da minha modesta família, onde o dinheiro não sobrava, mas o amor e valores eram os alicerces da nossa casa. Com 6 anos entrei na escola primária, onde o meu professor percebeu a facilidade que tinha no desenho por observação. Aos 10 anos, já no ensino secundário, os desenhos que fazia eram expostos na exposição de fecho do ano letivo. A minha professora de desenho e trabalhos manuais, vendo nos meus rabiscos, gosto e potencial para belas-artes, prometeu-me que se concluísse o 7.º ano, atual 11.º, arranjar-me-ia uma bolsa de estudos em Portugal para o curso de belas-artes…era o meu sonho a tornar contornos de realidade, infelizmente em Angola não havia universidades e o meu pai, homem conservador, atento, cuidadoso, jamais permitiria que fosse sozinha, ou com alguém desconhecido para tão longe… 

Nunca cheguei a ter qualquer formação em belas-artes, mas a atração pela arte não morreu nunca, bem pelo contrário, fui-me aventurando no desenho de memorização, desenho realista, desenho abstrato, (geométrico e informal), desenho à mão livre, doodle art.…enfim, sem saber nada de técnicas as minhas mãos, teimosas, desenham o que a alma sente. Houve alturas em que, sem ter materiais, pintei com os dedos, com as mãos, para além de outros trabalhos manuais, como modelagem, bordados, pintura em tecido, croché, etc. Hoje com 82 anos, já debilitada por razões de saúde e não nego a impotência de poder melhorar o meu pequeno mundo, são estas mãos ligadas à alma que insistem em criar. Estamos em 2025 e pela primeira vez, vou expor alguns trabalhos meus e se derem a quem os vir, o prazer, a plenitude e o gosto que me deram ao criá-los, então, neste final da minha paisagem, terei contribuído para a finalidade da arte: fazer sentir!
 
 

Algumas das suas obras expostas
 
 
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