Lançamento do livro "Esperei uma vida"
Lançamento
dia 26 de Novembro | 15h00
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José Luís Cordeiro é, na minha opinião, um dos maiores poetas que conheço. A forma de escrita é praticamente reconhecível, mesmo que não fosse assinada. O cunho métrico e as palavras encadeadas propõem uma leitura ritmada e muito tecnicamente cuidada. Mais importante, é a forma apaixonada como expõe os sentimentos, escancarando a alma entre textos autobiográficos e ficcionados. É nesta matéria que se eleva a proposta ao leitor.
A procura incessante e genuína do amor faz despontar cada dia, cada momento como uma luz para um novo tempo carregado de alegria e esperança e, como se não bastasse, acrescenta, como se de uma criança se tratasse, bolas de sabão e algodão doce. A criança que nele reside combina-se com o homem, observador atento, resultando na essência de ser poeta.
Os poetas vivem num mundo próprio onde se mistura a vida e a morte, o mar e o céu, reconhecem a intensidade de cada momento à mesma velocidade do universo e esgotam-se na incompetência de não poder acompanhar o ritmo com que transcrevem as palavras para papel/computador. Morrem um pouco a cada frase e renascem plenos de sentimento e emoção de amar. Tudo isto reflete José Luís Cordeiro em cada passada escrita. Por vezes, durante a leitura, apercebemo-nos da existência de uma música que não está a tocar em lugar algum, a não ser a que provém do próprio texto.
Quando um autor, através da sua escrita, consegue tal milagre, indica que ultrapassou o limite das palavras, passou a tocar também o milagre da nossa existência.
Mantendo uma alma esperançada é, ao mesmo tempo, uma alma contida que exige liberdade, a sua e a dos outros, procura um mundo perfeito e encontra-o sempre nas palavras que escreve e que, em muitas situações, apenas ele e aqueles que lhe libertam a alma entendem.
Paulo Maia Domingues in Prefácio de ESPEREI UMA VIDA